domingo, 16 de janeiro de 2011

Déjà vu de Elefante: A Tromba Que Matou Muita Gente



Era uma tarde como outra qualquer...

Verão: uma estação muito desejada por muitos. O sol é quente e convidativo. Um tempo de descanso e férias para alguns indivíduos. Um momento de tranqüilidade para outros que moram na cidade. Recomeço para outros... Reavaliação de erros passados e metas a serem estabelecidas.

Festa e muita alegria misturada a visões de sonhos a serem realizados algum dia... Um passado preste a ter fim e um futuro novinho por vir. Algumas histórias vividas que precisam ser esquecidas... Um momento ideal para varrer o lixo para debaixo do tapete do nosso quintal. Fingir que nada aconteceu no verão passado; no carnaval. Verão que passou não pode voltar jamais...

Daqui para frente tudo seria diferente... Bastava apenas o relógio virar um pouco mais pra frente e deixar com que o barulho de fogos sacudissem as emoções de toda gente: um tempo novo e quente chegaria para abalar a mãe, o pai e a tia.

Muita música, abraços e promessas sendo feitas por cima das que nunca chegaram a ser cumpridas. Muita alegria, gritos e bebidas.


É preciso entorpecer a verdadeira realidade que insistia em sorrir debochadamente para os que na festa se divertiam. Ela não devia estar na mesma festa; ela veio lembrar que tudo não passaria de fantasias.

Veio lembrar que um verão não é apenas tempo de praia sol e alegria... De carnaval, festa e poesia. De praia, músicas e folia... Ela veio para lembrar que o ciclo certamente se repetiria. Que iria aguar a bebida. Que as chuvas a muitos afogaria.

Não imaginava que a história sempre se repete. Que o filme visto ontem é o mesmo que está a um ano em nossa estante. Que as notícias do verão passado, é um “déjà vu” de elefante. Que a tromba d'água poria fim a muitas vidas.

Agora, o que restou são as lágrimas a solidariedade e a dor. Os sonhos, a triste e as incertezas de antes... As desculpas requentadas de uma sociedade mal representada; as safadezas dos que apesar de tudo, ainda conseguem tirar a própria sobremesa.

O resto as águas levaram para os bueiros dos vales deixando sobre a nossa cama toneladas de lama covarde. Por baixo da lama, pode procurar; estará a dona esperança abraçadinha com a prima fé... Elas não nos abandonariam mesmo que a noite calasse por um tempo o dia!

O que fica é a certeza de que no inverno que virá, aguardaremos ansiosos que o sol volte a esquentar.


ECLESIASTES CAPÍTULO 3

Um comentário:

  1. É meu caro poeta

    A fase das "desculpas requentadas de uma sociedade mal representada" já começou.

    Os guardiões da mídia hedonista (cada um a seu modo) estão elaborando desculpas mirabolantes para o que aconteceu. No fundo, no fundo, o que eles mais desejam é esconder os seus corpos em um outro mar de lama: o da sem-vegonhice e da irresponsabilidade.

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