terça-feira, 28 de dezembro de 2010

QUANDO UMA ALMA FICA ALEIJADA


Jailson Freire

Quem aí já pediu para não ter uma das pernas levante a mão! Hum... Agora quem aí pediu para ser cego levante uma de suas mãos!... É acho que ninguém... Vou tentar de novo: Quem aí já orou um dia para não ter as mãos levante a mão! Opa! Isso parece contraditório... Como pude fazer uma pergunta tão esquisita?

Seria mesmo uma estupidez alguém fazer esse tipo de oração. Quem gostaria de não ter uma das pernas, ou até mesmo as duas? Claro que ninguém. Muito menos alguém pediria esse tipo de coisas em oração. Quem seria tão estúpido assim? Hum... Que pergunta!

Mas...

Como alguém poderia viver uma vida sem sentido? Como alguém pode se doar a um desses vícios? Como alguém pode viver correndo riscos tão esquisitos?

Como alguém pode preferir comer com os porcos? Como alguém pode deixar uma vida de conforto com o Pai para andar errante em terras distantes?

Como alguém pode querer chegar ao céu se a estrada em que escolheu caminhar é a mesma que o levará ao léu? Como alguém pode querer o mais rico castelo se insiste em viver num inferno?

Uma alma aleijada não distingue entre o certo e o errado; ela não enxerga bem em um dos lados; e é míope. Uma alma aleijada não enxerga as placas que indicam a direção da paz na estrada... Uma alma aleijada não escuta a voz do pai que chama para a vida; em seus ouvidos tem uma ferida. Uma alma aleijada não parece se importar com o calor das chamas que podem queimar o seu mais caro terno... Não entende o significado da palavra inferno.

Um abismo sempre será a porta para outro pior e mais profundo. O que fazer para uma alma aleijada poder enxergar a escada que leva ao lugar de descanso fora do mundo? Sua visão é obscura e confusa.


Mas sei que a resposta existe. Sei que só alcança a verdade a alma aleijada que entende que a cura existe!

"Porque o coração deste povo está endurecido, E ouviram de mau grado com seus ouvidos, E fecharam seus olhos; Para que não vejam com os olhos, E ouçam com os ouvidos, E compreendam com o coração, E se convertam, E eu os cure." (Mateus 13 : 15)

domingo, 12 de dezembro de 2010

A REALIDADE E A ALMA HUMANA

Jailson Freire


Eu, minha alma, meu ego, minha história, meu passado, meu presente e meu futuro... Uma realidade refinada pela esperança e inalcançável pelo tempo que me resta. Um tempo que é covarde e difícil de acompanhar com a dose de fé que nos fora concedida para usar.

Um tabuleiro posto a mesa da vida para ser jogado como se fosse uma despedida... Uma brincadeira de mau gosto inventada pra dá desgosto a quem se atreve a revelar seu rosto para cada nascer de sol que se pode ver daqui do fundo do poço.

Por quê tinha que ser desse jeito? Não haveria forma melhor de uma realidade acontecer para a alma de um sem vergonha que veio a nascer? Quem inventou essa palavra que se diz?... Quem sabe o significado de ser feliz? Quem experimentou tal realidade que possa contar para um infeliz?

Não me venha com essa de dizer que é simples a definição dessa tal palavra feliz. Não me venha dizer que para tal, basta você ter! Que basta comprar e satisfazer... Isso, já fiz...

Como entender a realidade de alguém que veio à terra apenas para ser IN? IN feliz... IN capaz, IN desejado, IN correto... Como saber o que se passa na mente de alguém que não pode ter um teto? Que não tem qualquer razão para existir... E não saber aonde hoje, vai dormir?

Como saber os sentimentos que povoam a alma de alguém que como um pássaro vive cercado pelas grades de uma gaiola existencial? De uma vida sem sal?

A alma humana foi envolvida por uma realidade que não se pode chamar de vida. A alma humana nunca soube do que realmente precisa, mas sabe que precisa... A alma humana não sabe o que é vida, mas sabe que está viva. A alma humana busca o que realmente importa, mas vive trancada atrás da porta. A alma humana faz escolhas, mas está sempre se apressando para a forca.

Ah se a alma humana abrisse seus ouvidos para o que Ele disse a respeito de uma nova realidade que existe!.. Ah se a alma huma escutasse a mensagem que Ele falou... Há se escutasse! Há se o seu coração abrisse!

"Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo." (Apocalipse 3 : 20)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

AQUI AMANHECEU


Jailson Freire


Não importa o quanto o deserto seja claro durante o dia. Não importa o quanto o sol escaldante tornam os dias. Nem mesmo a noite é sempre escura no deserto, pois não há lugar melhor para que a lua sua claridade exiba.

É claro que são dias terríveis os que temos que viver quando estamos num lugar tão inóspito como esse. São dias tristes os que alguém precisa viver num deserto. São dias em que parece mesmo não adiantar chamar por socorro; ninguém nos escutaria.

É no deserto que as lembranças de dias felizes vividos outrora parecem estar bem definidos na tela de nossas lembranças. É no deserto que paramos para refletir no quanto éramos auto-suficientes em nossas demandas do dia a dia. Não fosse esse lugar terrível, não seria possível a cura ser estabelecida em nossas almas feriadas.

No deserto da alma parece mesmo ser noite até mesmo nos dias de muito sol. A escuridão do deserto é muito mais que noite sem luar. A escuridão do deserto está dentro da nossa alma.

Faça o que precisa ser feito! Levante-se desse montinho de areia imperfeito... Deixe a mochila velha e suja no chão de sua existência e vá sem nada que possa impedir a sua caminhada até que seja avistada no lugar da areia suja e quente, uma bela e nova estrada.

Esteja certo de que sozinho você jamais esteve neste lugar. No deserto da alma não é lugar de escutar, mas de falar... De abrir o coração e se queixar. No deserto da alma Deus estará atento a cada palavra que temos a falar. Seja sincero e autêntico. Se deixe derramar.

Isso já aconteceu antes:

Um homem que amava a Deus. Que era rico de bens... Que tinha família e tudo o mais também. Seu nome era tão curto quanto a palavra que mais prezava em sua vida e que definia o quanto ele cria. Mas um belo dia – fazia sol nesse dia – As coisas então de bom pra pior mudaria e Jó ao olhar pra si viu que nu e doente passava os dias. Não havia mais esposa, filhos, bois e nem a estribaria... Além de tudo, o Deus que com ele falava todo dia, mudo também ficaria... E lá se vai Jó rumo ao deserto de sua vida... Mas o melhor da história é que do deserto, Jó um dia voltaria... Mas a história desse homem não acabaria até que Deus dá em dobro a Jó o que antes do deserto ele tinha.

Aqui amanheceu!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

VIVER OU EXISTIR?


Jailson Freire


A temperatura não é muito agradável. À noite faz muito frio... Durante o dia o sol é escaldante. Mas o que mais provoca o sofrimento é a solidão desse lugar de angústia e lamento... O tempo parece nunca passar. Parece até que nunca se chegará a qualquer oásis... Não se observa nesse lugar qualquer sinal de árvore e água fresca... Os recursos são ínfimos e a vontade de desistir é imensa.

Pela posição das estrelas deve passar da meia-noite... O sono não vem. O corpo dói... As pernas parecem querer matá-lo. Os pensamentos fervem na mente.

Um pequeno pedaço de papel que ainda resta e a caneta que fora doada como único bem precioso que presta... É necessário escrever o que se pensa de tudo isso... É necessário pôr a mente para refletir ou então dormir.

Tente imaginar o significado de estar nesse lugar... Não é fácil estar num deserto durante tanto tempo...

São as perguntas que não param de ecoar na mente que impulsionam à busca das respostas.

Qual seria a diferença entre viver e existir? Como seria possível viver sem existir? Como alguém pode existir e ainda assim não estar vivendo?

O que parece mesmo é que, existir é estar por aí... Existir é ir e vir. Existir é falar; é agir... Existir é andar sem saber para onde ir. Existir é chorar, é sorrir. Existir é estar aqui ou ali. Existir é acordar ou dormir... Existir é comer e engolir. Existir é estar feliz ou fingir... Existir é comprar, vender e consumir, é construir e destruir. Existir é estar entediado ou até mesmo se divertir. Existir é ganhar, gastar ou pedir. Seriam esses motivos que nos trouxeram aqui?

Existir às vezes até parece legal não viesse o tempo da pá de cal... Existir às vezes é como algodão doce, não fosse o sal do desgosto... Existir também parece, às vezes, um prato de sobremesa, não fossem as péssimas surpresas.

Qual seria então a outra opção oferecida antes da nossa partida?

É claro! Ele ofereceu... Ele nos deu. De graça... Isso sim tem graça... Isso sim tem sabor. Ele nos deu em sua morte a oportunidade do mais que simplesmente existir. Ele nos deu a vida... A que é abundante! Isso sim motiva a continuação da jornada em um deserto. Isso sim planta a clareza de que o melhor pode estar logo ali depois das dunas das incertezas.

Viver é estar num deserto a caminho do que é realmente belo.

Existir pode ser entrar numa caverna. Pode ser entrar no portal do inferno!

O que vai decidir?



"...eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância." (João 10 : 10)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

COMO SE FOSSE A PRIMEIRA VEZ




Talvez seja melhor desistir de tudo. Já tentou ser alguém que deseja ser e deixar de ser quem de fato é. Já fez de tudo para não cair no mesmo laço que prendem seus pés; não descer ao mesmo poço, mas é sempre assim... parece um filme que reprisado por várias vezes já se dá a conhecer o início o meio e fim.

O final é sempre o mesmo, não podia ser diferente; a final, é o mesmo filme... É a mesma história, são os mesmos fatos... A mesma rede, os mesmos laços e o mesmo desfecho. O mesmo choro, a mesma culpa e a mesma vontade de desistir. O mesmo confessar. O mesmo perdão e desejo de não cair.

Mas espera aí!

A idéia não é desistir. A idéia é prosseguir... O alvo está logo ali. A esperança é imortal; se morreu não era esperança; era apenas um fulano de tal. É necessário lembrar os fatos que mudaram a história e que a dividiu em antes e depois, se tem boa memória... É preciso entender quem de fato nós somos; entender as dimensões que nos limita em nossas razões. Saber o lugar da existência em que estamos inseridos e jamais pensar de nós mais do que nos é devido.

Vejam isso:

Um dia de dor intensa. Um sentimento de perda e horror. Um criador deprimido, mas não arrependido. Um filho querido... Uma cruz que haveria de fazer sentido... Uma criação em gemido. Um tempo em que todos condenados, éramos como bandidos...

Feito!

Agora o caminho da liberdade e paz foi apontado. A ira iminente aplacada. O perdão oferecido de graça, uma eternidade de paz para o que se vai nessa barcaça.

Jamais jogará na cara os equívocos cometidos por cada arrependido. Não importa quantas vezes tenha que voltar à fonte, sempre haverá água corrente para lavar a sujeira de ontem. Sujeira que inevitavelmente tentará manchar a roupa nova doada por quem te colocou na estrada.

Toda vez que precisar sua roupa lavar, como se fosse a primeira vez será.



"E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. I João 2:2"

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

ERA UMA VEZ...


Jailson Freire

Era uma vez um sonho. Um desejo, um alvo, um projeto, um objetivo. Mas o tempo passa e com ele muita coisa passa também.

Era uma vez uma espera; ou seria esperança? Não entendemos muito bem disso ainda, mas continuaremos tentando... Talvez seja essa teimosia que nos coloca em movimento. Ou talvez seja esse sono que nos leva ao sonho que nunca se realiza. Sonhar às vezes é frustrante depois que acordamos.

Era uma vez uma atitude, mas ao contrário do que se pensava, ainda não seria dessa vez.

Como das outras vezes, alguém chegou na frente e aí você sabe... "O jeito é voltar a dormir para que se possa voltar ao mundo dos sonhos."

Era uma vez um projeto. Um projeto bem elaborado e pensado nas minúcias de seu funcionamento; era uma nova chance de realizar!... Alguém chegou mais uma vez em sua frente e por isso o seu projeto pareceu mais um plágio perfeito.

Era uma vez um desejo. Um desejo de subir o próximo degrau, mas sabe como são as coisas... As coisas às vezes mudam e com isso, um novo degrau não seria mais suficiente para atingir o objetivo antes projetado. "E agora o melhor a ser feito é voltar a dormir... Quem sabe no próximo sono o sonho seja menos difícil de ser realizado."

Era uma vez uma promessa. Uma promessa de um novo lugar para realizar-se. Uma nova vida; um começar de novo proposto aos sonhadores, aonde os sonhos são reais demais para serem sonhados dormindo.

Uma promessa de vida isenta de frustrações. Um descanso imenso para o verdadeiro “eu” de um cristão. Um banho refrescante com a água que nos molha de vida e paz. Uma brisa cheirosa que a todos transportam para o alto do prazer eterno. Asas tão alvas e macias para o vôo matinal de todo dia. Um sol diferente com brilho intenso que nos aquece a mente.

Não se trata de uma fábula qualquer, mas algo real e maravilhoso prometido pelo que veio de Nazaré. Uma história ainda a ser vivida por toda família. Uma esperança ainda a ser vivida. Uma promessa ainda a ser cumprida.

Já não falta muito tempo mais... Já estamos vivendo o limiar de uma nova aurora de paz. Já estamos vivendo o fim da velha história.

Era uma vez...

...Até que chegamos aqui.

"E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe." (Apocalipse 21 : 1)

terça-feira, 22 de junho de 2010

RECOMEÇO


Jailson Freire


Depois do acontecido, quando não sobra nada além de sombras e dúvidas. Depois que resta apenas sentar e chorar... Depois que tudo se esvai e que a esperança pareça morta e inerte. Depois que as dúvidas de que o amanha será mesmo uma realidade ou uma impossibilidade...

O que esperar de algo que pareça morto? O que poderia trazer de novo a esperança de que a vida possa mesmo re-continuar? O que pode trazer a certeza de que apesar de tudo o sol certamente nascerá outra vez?

Como uma vida morta poderia viver outra vez se já é de quatro dias e até cheira mal? De que forma uma impossibilidade possa transformar-se em uma possibilidade? Como seria possível isso diante de uma calamidade?

Não importa se morreu. Não importa se perdeu... Não importa se não deu... Não importa se não foi dessa vez... Não importa se acabou... Não importa se nos abandonou... O que importa então?

Recomeço é sempre muito difícil, mas possível... É a possibilidade surgindo do nada; de onde a esperança era falecida. Recomeço é a maior possibilidade de uma história ser recontada com um novo e maravilhoso final. Recomeço é uma nova fase de vida que re-começa depois do perdão. Recomeço é a graça derramada que nunca acaba.

Recomeço é tirar do que não existe o melhor para a existência. Recomeço é a conta zerada para que possamos seguir numa nova estrada e bem pavimentada. Recomeço é a alegria que fora roubada voltando pra nós de mala. Recomeço é uma nova canção quando da outra já estamos enjoados. Recomeço é um café fresco no lugar do requentado.

Como é bom recomeçar mesmo que um preço tenhamos que pagar. Como é bom saber que o pecado cometido já foi até mesmo esquecido. Como é bom saber que depois do choro encontramos o Amigo... Como é bom saber que o que passou, passou e que seguir em frente é a melhor opção a ser vivida.

Recomeço é isso... Recomeço é saber que mesmo depois de parecer estarmos mortos, ressurgimos!

"Ó minha alma, espera somente em Deus, porque dele vem a minha esperança." (Salmos 62 : 5)

domingo, 13 de junho de 2010

NO FIM DA TARDE



Jailson Freire



O que poderia esperar de um dia como esse?
Muita coisa acontece em um dia. O tempo todo é gerado fatos e acontecimentos que para alguns, não significará absolutamente nada, mas para outros, poderá significar vitória ou derrota.

Um dia começa sempre como uma nova chance de se viver o melhor de uma história que será contada de várias formas. Um dia começa muitas vezes depois de esvaziada a memória do que aconteceu no dia que antecedeu, ao menos devia ser assim...

Fato é que não se pode correr do que tiver que viver no dia que segue alucinado para alguns, enquanto que para outros, o relógio pareça preguiçoso demais... Lento demais... Irritadiço demais...

Passam as horas... Coisas boas, coisas ruins; coisas lastimáveis também poderão ser necessárias se viver. É preciso levar o pão para casa... É necessário seguir nessa estrada. Estrada tão cheia de boas e más intensões para os corações.

O dia parece bom... Ou o dia parece não estar legal? Não importa o que aconteça. Não importa o que pereça... Não importa o que viveu... Não importa se foi feliz ou ganhou o seu... Não importa se amou, se deixou de amar. Se comeu bem, ou não almoçou. Se sorriu ou chorou. Se fez amigo ou se um perdeu...

Quando a tarde chega é sinal de acerto de conta. É sinal que o dia se despede. É sinal de que chegou a hora do balanço. Quando a tarde chega, deve procurar um canto para chorar seus desencantos. Quando a tarde chega um peso poderá sentir na mente. Quando a tarde chega é preciso reavaliar...

No fim da tarde é que entendemos que o dia que se foi não mais voltará. Que a oportunidade de concerto com o próximo terá que esperar. Que o perdão devido terá que adiar. No fim da tarde a depressão pode encher o coração de tristeza e compaixão de si e de seu irmão.

É no fim da tarde que tem a certeza de que a noite poderá não ser moleza, mas um tormento, pois deixou de aniquilar o leão enquanto o dia era claro.

É no fim da tarde que a esperança parece esvaziar-se de si mesma. Que a alegria esperada não compareceu. E agora? Ah, essa triste!...

Todavia, pode ser no fim da tarde a melhor oportunidade de confessar os equívocos para Deus. De entregar a esperança num novo dia seu, e cantar a canção de renovo como quem não morreu. De dizer que vai esperar que as coisas melhorem de novo... De falar que confia o caminho e que nunca mais seguirá sozinho. Mesmo que a noite seja de pesar, o fim da tarde é a melhor oportunidade de dizer que Nele vai confiar.

Amanheceu!

"Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã." (Salmos 30 : 5)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

QUANDO É NECESSÁRIO TOMAR UMA ATITUDE...


Jailson Freire


Sempre foi assim... Preciso me conformar, a final, isso não vai mudar! Deve ser o destino que pegou esse menino(a)... Deve ser assim mesmo... Nunca será diferente.

"Sempre se fazendo de contente!"

Não. Tudo bem... Deixa disso, faça o bem... O bem que nunca quis fazer ao fazer o bem que fez. O bem que transformou-se em monstro que agora quer atacar você e trazer-te desgosto.

Pode ser que seja tarde... (Não é!) - Pode ser que não haja mais tempo e a dor não passe com o vento. - (Ainda há tempo! Não foi enganado; sabia em que isso daria. Alimentou esse mal até com farinha...) Agora é esperar o fim da linha? - (Jamais!)

"Não. Tudo bem, isso deve passar também... (Mas não passou e só aumentou!) Faz calor nesse inverno... (Anda... Pega esse chinelo!)"

Quem poderia salvar a família que agora se vê por inteira envolvida? (Podia ser diferente se apenas, tão somente não entrasse na trilha do amor cego à toda gente). Que vida!...

A pintura na tela que nada tem de bela poderá ser repintada com toque especial diferente.
Quem sabe não haja uma mudança radical nesse fulano de tal? Mas isso pode custar uma atitude diferente... Isso custará oração... Isso custará mais ação... Isso vai custar atitude e revolta com a situação. Isso custará uma reação!

Será necessário mudar a estratégia para ganhar essa guerra. Terá que descer para buscar o que perdido pareça estar... Terá que se nivelar, mas sem se igualar... Terá que amar diferente. Terá que em amor trazer para perto da gente.

Terá que não se conformar, tão pouco ser clemente. Terá que buscar a ajuda em quem nunca houvera falhado antes.

Mesmo que tudo pareça perdido e que não haja vida viável nesse indivíduo, acreditar na virada pode ser a única passagem para por uma nova vida na estrada.

Confiar que a história pode ser outra e deixar com que o Senhor da existência traga de volta o que se escondeu no porão da revolta.

Fará o caminho de volta quando o fim da linha se mostrar à porta... Voltará para os braços da luz quando não houver mais forças para lutar até mesmo contra Jesus...

Ele o estará esperando de braços abertos quando disso tudo esse fulano for liberto.

Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; Lucas 15:18

domingo, 30 de maio de 2010

HOJE ELA PARTIU...


Jailson Freire

Era um tempo difícil. Mesmo assim haveria de se sentir saudades?

Apesar de difícil, era o tempo de sonhar. Sonhar com um futuro que começava a se revelar como se uma cortina se abrisse diante de seus olhos juvenis...

A sua história começava a fazer sentido. Seus sonhos e desejos pareciam que se realizariam e as perspectivas eram tantas que o coração parecia saltar ansioso para que todas as promessas pudessem ser realizadas ao mesmo tempo.

Um casamento ingênuo, um conto de fadas que logo se revelaria nojento. Uma decisão de fechar seus olhinhos para o lamento e seguir firme a fim de que uma missão já instalada pudesse agora ser realizada ainda a tempo de ser feliz.

A canção que fazia o pano de fundo; a trilha sonora de sua vida logo deixou de ser suave e tocada por um delicioso piano para se transformar numa marcha quase fúnebre tocada desorganizadamente por uma orquestra que parecia torcer para que o final dessa história fosse o mesmo de um filme de horror de segunda categoria; mas ela sabia...

Ela sabia que uma guerreira não podia se acovardar. Ela sabia que chegaria um dia lá... Ela sabia que ao fim da missão sentimento que surgiria em seu peito era a de uma missão cumprida.

Foram dezesseis filhos e tantos netos que sabiam que não poderia haver outro porto que fosse tão seguro quanto o de seu colo de mãe e avó; ela sabia.

Ela sabia que seu exemplo de fé era o maior bem a deixar como herança para os que desejassem herdar.

Ela sabia que a terra prometida era promessa feita e que seria cumprida.

Ela assinou em baixo. Ela jamais negou o fato. Parecia já ter feito uma viagem antes de reconhecimento à cidade onde nunca haverá lamentos; a cidade é linda, descrevia ela...

Deixou uma canção para servir de trilha sonora para o final da bela história de amor que viveu com seu salvador e que findava aqui para começar logo ali... Ela cantava:

“Ainda bem que eu vou morar no céu...”.

Hoje ela partiu...

UMA HOMENAGEM A QUEM INFLUENCIOU NA FÉ QUE TENHO NO MEU SENHOR

Até logo vovó...

domingo, 23 de maio de 2010

MESMO DEPOIS DE TUDO


Jailson Freire

Não entendo... Não compreendo... Não sei por quê? Mas fato é que mesmo não entendendo as razões, é possível enxergar a perfeita condução para uma cidade diferente.
É visível que o caminho é muito apertado e íngreme. Para caminhar nesse caminho é necessário o uso contínuo das sandálias especiais.

A caminhada é sempre tão dura que custamos a acreditar que não se trata de uma simples jornada; é uma árdua batalha diária.
São muitas as armadilhas à espreita. São laços e mais laços colocados para que a jornada seja atrasada. São muitos atalhos que nos levam ao perigo da morte eterna.

Durante a caminhada, podemos passar por vários caminhos à beira de precipícios pedregosos. Não será novidade deparamos com feras sedentas por nosso sangue e alma. Somos presas prontas para sermos devorados não fosse o auxílio enviado.

Constantemente adulados para que mudemos a direção; não poucas as vezes desviamos a rota para a cidade da da perdição. Não muito depois, queremos justificar o cansaço que podia ser aliviado no refrigério do Príncipe da paz.

Cantamos vitória antes do tempo só porque recebemos alguns momentos de contentamento. Achamos que chegamos à cidade só porque uma tempestade fora desviada para outra cidade.

Teimamos em seguir o mapa que traçamos num momento de delírio egocêntrico, para depois ter que voltar com o coração pesado e cheio de lamento ao caminho indicado pelo Mestre no início da caminhada.

Achamos melhor caminhar pela calçada, quando a orientação nos mandava seguir pela estrada ainda que muito esburacada.

Mesmo depois de tudo, Ele sempre esteve conosco. Mesmo depois de tudo Ele nos livrou de muitos desgostos... Até que cheguemos à Cidade da Paz; a cidade do “Eu Nunca Vou Morrer”.

Levate! Venha! Vamos continuar a jornada.

"Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono." (Apocalipse 3 : 21)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

GAME OVER – FIM DE JOGO


Jailson Freire

Pode até fazer muito tempo o dia em que foi apertado o botão “Start” Para que fosse iniciado o mais impressionante "jogo": O "jogo" da sua existência.

Não havia até então, nenhuma noção do que teria que enfrentar em cada fase desse "jogo", a final, jogo é jogo e nunca se sabe até aonde isso pode chegar.
Não sabia que durante a longa partida tivesse que "jogar" com os personagens que não queria "jogar", mas isso não é um treinamento; é necessário "jogar" e "jogar" pra valer, mesmo que o inimigo não seja uma escolha sua.

Nesse "jogo" é óbvio que haverá sempre algumas chances de se recuperar e continuar jogando, mas mesmo assim as lesões são inevitáveis e elas poderão levar você à desistência da partida pelo desânimo. Todavia, nesse "jogo", não haverá como desistir, pois essa decisão nunca caberá a nós.

Sendo assim, se é para "jogar", então que as oportunidades de no decorrer desse jogo, as estratégias possam ser mudadas. Nesse caso, melhor será ler o tutorial que ensina os “macetes” menos lógicos, mas eficazes na obtenção da vitória de cada partida.

É uma questão de escolha ler ou não o tutorial, mas é certo que uma vitória só virá se consultamos esse manual.

As derrotas servem para alimentação do banco de dados para que a próxima fase seja coroada de vitória, mas ninguém gosta de perder. Ninguém gosta de ter que começar a mesmas jogadas várias vezes, mas no final é isso que quase sempre se faz necessário para que possamos passar de fase.

Quantas "vidas" mais terá que perder para aprender a vencer as batalhas que são impostas no decorrer? Quantas vezes terá que começar a mesma jogada até que possa finalmente saber que nunca devemos deixar de ler o manual do "jogo do existir". Não chegará vencedor quando o “jogo” terminar se o manual deixar pra lá. Será enganado pelo adversário com seus blefes intermináveis, além de em várias jogadas, tentar nos fazer de otário.

Tem que ter visão... Tem que ter conhecimento dos botões; saber para que servem... Saber suas funções. Tem que ser rápido e perspicaz. Tem que está atendo e saber como se faz. Tem que se encher de forças e de paz, pois vencer não é uma opção e nem um "tanto faz"... Tem que ser astuto e tranqüilo; tem que abandonar os seus "grilos"... Tem que enxergar além do inimigo. Tem que entender o que se esconde por trás; Tem que ansiar pelo melhor final. E o melhor Game Over é combater o bom combate, completar a última fase e nunca esquecer de que, quem o colocou nesse “jogo”; o jogo da existência, o colocou para vencer!



"Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé." (II Timóteo 4:7)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

SE O FOGO CONSOME, ENTÃO NÃO SERÁ ÚTIL


Jailson Freire

A realidade que cerca a nossas vidas parece exigir de nós mais do que realmente precisamos. Tende a requerer que tenhamos o que nem sempre será tão útil quanto imaginássemos que seria. São coisas que nos fazem até sonhar em tê-las, mas podem em pouco tempo virar pesadelo.

Se desejarmos é porque pode tornar-se tão inútil quanto sem valor no tempo da calamidade ou no momento da dor.

O valor das coisas não é determinado pela etiqueta que indica a quantidade de suor que devemos gotejar para que apenas possamos guardá-las para que outro, talvez venha usá-las.

Nenhum tesouro vale mais que uma alma. Nenhuma casa valerá mais que nosso corpo. Nenhum bem valerá mais que uma consciência impregnada de dignidade. Dignidade é, e sempre será igual à liberdade em poder elogiar a quem verdadeiramente merece o elogio que deveríamos dá.

A esperança é uma visão focada na essência de um existir verdadeiro. Futuro não consistirá em quanto se pode gastar e acumular para que cedo ou tarde, todos tenhamos que aqui deixar.

Se possuir é uma idéia comprada pela alma, então terá que vender a mesma idéia quando a lista de presença for passada. Terá que explicar o significado do verbo “dividir”, e se não puder argumentar, então da presença soberana terá que sair.

Se tiver que comprar com dinheiro então não serve... Se tiver que pagar com boleto é porque vale tanto quanto um pedacinho de queijo. Se tiver que passar o cartão, comprometido todos com isso estarão. Se o fogo consome, então não vale um grão... Se for preciso um cheque assinar, espere um pouco; ele há de compensar!

O que a alma deseja não se pode pagar. O que de fato se almeja não tem como comprar. O que será necessário quando o tempo parar de contar, só de graça a graça terá.

O que queremos não tem etiqueta. Não tem valor, pois é impagável e vermelho a sua cor... Foi nos dado gratuitamente por um Salvador.

O que desejamos vale mais que a própria vida que temos aqui. Vale mais que esse limitado existir. O que ansiamos o fogo nunca consumira, nem há de consumir, não enferruja e nunca será corroído por uma traça que uma parede, às vezes vemos subir.

O que realmente queremos, tira a nossa alma da caverna. O que todos desejamos é a vida eterna!



"E perguntou-lhe um certo príncipe, dizendo: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?" Lucas 18:18 ...

sábado, 1 de maio de 2010

NÃO É LÓGICO, ALÉM DE ESQUISITO...

Jailson Freire

Como uma conspiração bem elaborada na sala secreta e divinamente planejada para dá certo, mesmo que na dimensão terrena pareça tudo tão envolto em caos e desordem. Nem sempre o que enxergamos é o que parece ser. Nem sempre o que parece perdido, deixamos de ter.

Podem ser muitas as coisas que somamos à lista de prejuízos. Pode ser uma dor enorme. Pode ser uma perda grande e coberta de valor incalculável. Pode ser que tenha sido forçado a ficar de joelhos, todavia, é de joelhos mesmo o melhor momento para conspirar com o Deus da existência sobre o que realmente pode ter importância quando não há nada mais para ser perdido. Ou podemos escolher levantar e continuar reclamando da vida que escolhemos ter.

Pode ser a perda da confiança no que era um bom amigo de infância. Pode ser a perda involuntária da dignidade construída a custa de milagres ou do orgulho de ser gente em meio à multidão; pode ser um perdão.

Perder pode ser uma regra e ganhar uma exceção. Sorrir, um evento raro e chorar uma sinistra e constante canção.

É assim com tantos que parecem ter vindo ao existir apenas para chorar ao invés de cantar e sorrir.

É assim quando é necessário abrir mão de si para que livre o um outro possa seguir. É assim quando é preciso matar o que se é, para o que se quer possa voltar em forma de paz e fé.


Não é lógico, além de esquisito... Mas é andar na contramão do perigo... É escolher o caminho secreto que nos leva a cidade da paz com o Deus de perto. É estrada iluminada aonde não se vê o perigo, pois quem nos livra nunca está de longe. É vida certa depois que a lâmpada queimar, é o melhor lugar por entre os cascalhos que se tem para caminhar. É contraditório para um sistema que se registra em cartório, mas é a forma de se livrar do rancor e do ódio.

É caminho proposto ao ser rasgado o véu; é caminho para o céu!


"O caminho de Deus é perfeito; a palavra do SENHOR é provada; é um escudo para todos os que nele confiam." (Salmos 18 : 30)

terça-feira, 13 de abril de 2010

TUDO FICOU PARA TRÁS...


Jailson Freire

Antes, a vista daqui era linda... Daqui se via a bela família que sempre cantava a canção que se ouvia como se a vida fosse sempre sorriso e cantiga. Mas isso ficou para trás.

Dava pra ver também, a esquina onde os namorados se encontravam depois de um dia duro de trabalho pra falar do presente futuro e passado além de beijar o seu amado. Mas isso ficou para trás.

Daqui se via a criançada que corriam por entre as vielas e escondidos vigiavam os mais empolgados enamorados. As crianças que brincavam depois da aula no fim da tarde. Mas isso ficou para trás.

Daqui se via os trabalhadores quando chegavam em casa suados e cansados da labuta diária. Era sempre um duro dia de trabalho o que lá em baixo enfrentavam por seus amados. Mas isso ficou para trás.

Daqui se via a moça que subia depois da aula, segurando em seus braços os livros que seus sonhos embalavam. Mas isso ficou para trás.

Daqui dava pra ver a noite iluminada da cidade que a nós desprezava. Dava pra ver os carros passando nas ruas como se fossem meninos passeando em seus brinquedinhos de metal que ganharam no dia de natal. Mas isso ficou para trás...

Daqui dava pra ver gente como se elas fossem formigas sem destino à procura de um caminho que as levassem a lugar nenhum... Dava pra ver o Zé que na esquina vendia angu. Mas isso ficou para trás...

Daqui se via bem a igrejinha que tinha como vizinho aquele bar da esquina deixando bem claro o contraste entre os caminhos que alguém podia tomar... Dava pra ver cada canto da ladeira que me trazia pra cá. Mas isso ficou para trás...

Daqui se via o lugar em que a turma se encontrava num domingo à tarde para comer a pizza da dona Dinda e falar da nossa vida... Mas isso ficou para trás...

As histórias de cada um que aqui morava eram recheadas de casos e descasos. Se cada um dos que aqui estava pudessem contar para os que aqui ficaram, seria inevitável a compreensão dos fatos que nos levaram a aqui plantar as nossas estacas. Para os que se foram, não é mais possível chorar. Para os que ficaram a saudade sempre os acompanharão.

Os dias de alegrias ou de tristezas passados aqui não mais existirão. Os sonhos que juntos sonhamos teremos que re-planejar. Teremos que reescrever a nossa história, pois a que fora vivida antes da lama e do lixo; tudo ficou para trás.


Uma homenagem às vítimas da tragédia das chuvas do Rio de Janeiro, especialmente do Morro do Bumba em Niterói, minha cidade.



"Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;" (Mateus 5 : 4)

sábado, 20 de março de 2010

ELES SENTIRÃO A NOSSA FALTA



Jailson Freire


São dez para meia noite... Falta muito pouco para que a escuridão total tome conta do que chamamos de existência.

Está lá... Está previsto. Ele foi bondoso em nos avisar... Ele nos disse... Não foram muitos os que acreditaram, mas para os que creram uma história maravilhosa demais para ser descrita está para acontecer a qualquer momento.

Ele disse que seria como num abrir e fechar de olhos... É... Será muito rápido mesmo. Repentino... Como um raio que corta de lá para cá. Com um estalo... Maravilhoso! Será fantástico!

Falando em fantástico, como seria noticiado um evento tão impar como esse?

“Algo extraordinário demais aconteceu”! Uma parte da humanidade simplesmente desapareceu... O caos tomou conta do mundo! Muitos aviões estão despencando do ar! Coisa impressionante... Carros desgovernados por todo lado! Isso não pode estar acontecendo! Isso parece um pesadelo!...

“Vamos agora a mais uma notícia: O governo mundial...”.


As coisas que eles diziam somente agora parecem fazer sentido... As canções que eles cantavam pareciam coisa de outro mundo, e a gente criticava. As palavras daquele louco que gritava na praça eram muita loucura pra cabeça dos que agora terão que passar pela desgraça.

Sentirão a nossa falta. Sentirão os ouvidos arderem em ansiosa busca por uma porção da verdade, mais aí será tarde demais em toda cidade.

Correrão de um lado para outro com um coração cheio de desgosto por não ouvir o que um outro tentou dizer tão próximo do seu rosto.

Sentirão falta de nós... Tentarão cantar a mesma canção que cantávamos ao seu lado, mas tudo parecerá tão desafinado...

Sentirão falta de nós... Ficarão surpresos em ver que o dinheiro tomado “por fé” de outrem não comprará nem um saquinho de biscoito. Saberão então, que estavam enganados quando o acordo assinado fazia descer a sua própria alma pelo ralo.

Sentirão falta de nós... Sentirão falta da música, do amor e da palavra de paz. Sentirão falta dos testemunhos que descreviam com muita clareza do que Deus foi capaz...

E você? Também quer sentir falta de nós?

Agora são cinco para meia noite.

"E haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu." (Lucas 21 : 11)

domingo, 14 de março de 2010

QUANDO NÃO HOUVER MAIS SONHOS


Jailson Freire


Aonde mais poderíamos encontrar a graça e o prazer em nosso existir? O que mais poderia acontecer para que pudéssemos considerar viver por aqui? Onde está o sentido de tudo? Por que teríamos nós que esperar ainda mais por algo prometido?
Já esperou demais?... Já fez tudo o que sempre foi capaz? Já labutou como sempre e ainda mais... Já pagou demais... Já gastou demais... Já poluiu demais. E agora? Para quê mais?
Desejou, comprou, quebrou, jogou fora pra comprar de novo. Dormiu, acordou, levantou, trabalhou, desejou e de novo jogou no lixo lá de fora.
Um ciclo que não vai acabar enquanto não se acaba. Uma roda que nunca para e não pode parar.
O sentido da vida não está na comida. O sentido da existência não está em possuir. Isso não pode ser importante se o que importa mesmo é existir muito além disso tudo aqui.
O sentido da vida está num abraço. O sentido da vida pode estar ao seu lado. O sentido da vida é mais que cantar... É mais que comprar. É mais que chorar. É mais que sorrir. O sentido da vida é subir!
Quando não há mais sonhos o sentido de tudo empobrece. Quando deixamos de nos encantar com o sol da manhã, então poderemos estar mortos para vivermos por lá.
O sentido da vida está em você saber que a existência não é só existir, mas resistir. Resistir quando algo terrível estiver para vir. Resistir às facetas do mal quando em nossos sonhos quiser colocar uma pá de cal. Resistir quando não houver mais para onde fugir.
O sentido da vida está no que cremos e não no que vemos. O sentido da vida cancela o veneno; o veneno da serpente que astutamente, planejou o nosso final, enquanto dormíamos em nosso florido quintal.
Sabemos que há uma promessa a ser cumprida. Uma meta a ser seguida... Uma nova história estar por vir em nossas vidas. Mesmo que o mal tenhamos que enfrentar, tenha certeza que o Cristo da cruz em breve, muito breve mesmo, vem nos buscar!
Maranata!

"Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo." (Mateus 24 : 13)

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

ELE NUNCA NOS PERDE DE VISTA


Jailson Freire

Imagine uma multidão.

Muita gente. Muita gente mesmo... Como se fosse um imenso formigueiro. Como dizem: “gente saindo pelo ladrão”... “Gente que não acaba mais”... “Gente à beça”... São muitas as frases prontas que usamos para descrever uma quantidade enorme de gente reunida num mesmo lugar; num mesmo momento.

Tente achar alguém conhecido num lugar desses; tente achar um amigo, se isso for possível...

A menos que tenha marcado um lugar em meio a uma multidão para um encontro, não será possível encontrar ninguém em nenhum canto.

É uma impossibilidade... A menos que o acaso contribua com a coincidência, não será possível um encontro nessas circunstâncias.

Como sermos encontrados quando parecemos perdidos e solitários? Imagine uma multidão de desordem e caos em nossa existência...

É em meio a uma multidão de equívocos cometidos que somos levados a nos encontrar como perdidos.

Entretanto, podemos estar certos de que o Deus do nosso existir nos encontra aonde quer que possamos ir. Ele sabe o lugar em que nos encontramos e o porquê estarmos alí.

Mesmo que uma cama a gente faça no mais profundo abismo, Ele não nos perderia de vista. Mesmo se subirmos no alto de uma montanha, seus olhos sempre nos acompanhariam.

O Deus que tudo criou sabe muito bem o que é amor. O Deus que tudo criou é quem melhor entende a sua dor. O Deus que tudo criou é quem permite que você exista. O Deus que tudo criou, nunca vai perder você de vista.

"Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também." (Salmos 139 : 8)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

CHAMAR DEUS DE LOUCO!


Jailson Freire

Já fomos chamados de obstinados. Já fomos chamados inconseqüentes. Já fomos chamados de depravados... Corruptos, malditos, desprezíveis, indesejáveis, mau feitores, ladrões, trapaceiros... E a lista é interminável.

Já mentimos. Já falamos do irmão, da tia, do vizinho, do chefe e do patrão. Já desejamos que alguém se ferrasse só porque não quis fazer a nossa vontade; “quanta imbecilidade!”.
Criticamos com a nossa medida de “justiça” a quem até podia ser da nossa família.

Já fomos julgados e não recebemos a pena merecida. Já tornamos gente que amávamos como alguém à muito falecido. Já deixamos de ajudar o moleque que vimos na esquina. Ignoramos o nosso igual que sofria, e sabíamos.

Já contamos dois mais dois é igual a oito. Já negamos ao nosso “amiguinho” comer do nosso biscoito.

Depois de tudo que fizemos, ainda assim, Ele morreu por você e por mim.
Depois de tudo que fizemos, Ele ainda nos livrou do veneno. Mesmo depois de provar que somos incompetentes para receber tão grande presente, Ele fez o que ninguém jamais esperou que um amigo fizesse; desceu da “Cidade Santa” sem que para isso eu fizesse nenhuma prece. Como se fosse um pedestre nos ensinou que o caminho da paz era pro leste.

Apagou nosso passado medonho de lama, e acendeu outra vez aquela chama. Trouxe-nos de volta para seus braços. Cortou dos nossos pés o maldito laço, e ainda por cima, tirou de nós aquele cansaço.

Tirou seu anel e colocou em nosso dedo. Encheu nossa alma dos seus segredos. Vestiu nossos pés com suas sandálias e ainda nos deu uma linda medalha.

Depois de trazer à vida um infeliz como eu e você que devia estar morto, não podemos jamais chamar esse Deus de louco!


"Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens." (I Coríntios 1 : 25)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

UMA VEZ POR ANO OU TODO DIA?


Jailson Freire


Não. Ainda não havia visto nada igual. Pelo menos para mim, a visão que tive daquela multidão era algo novo. Não era naquele lugar, considerado místico para tantos, o lugar em que eu gostaria de estar naquele momento, mas era como se tivesse que passar por aquilo...

Gente para todos os lados e andando em qualquer direção. Uma lógica inexistente para ser aferida com as inúmeras reflexões que busquei fazer ao olhar para dentro do que eu chamo de “eu”, mas algo completamente desconexo para que minha alma pudesse considerar comum.

Não demorou muito e o que me veio à mente era uma lembrança do que já ouvira da boca do próprio Mestre por algumas vezes: “São ovelhas que não têm pastor”.

Tentei entender em meio ao barulho ensurdecedor o que eu fazia naquele lugar, mas o que poderia eu fazer? Era necessário passar por aquilo... Não pude evitar. Não pude mesmo...

Era como se buscassem algo que pudesse dá sentido ao existir. Era como uma busca de um perdão para os vícios que levaram a efeito durante o decorrer do ano que estava preste a se evadir. Era como se buscassem a justificação para começar tudo novamente. Era como um ritual... Ou algo igual.

Precisava ser no segundo certo. Precisava ser no momento certo em que uma pseudo justificação seria concedida para várias oportunidades que certamente seriam perdidas no decorrer do novo ano que, sabe lá, seriam vividas .

O que poderia significar tantas explosões e luzes coloridas? Tanto espetáculo assim seria um símbolo de que um ano novinho seria posto como mais uma oportunidade de se fazer a coisa certa ou de se esconder debaixo da coberta?

Seria mais uma oportunidade de nunca mais machucar ninguém? De nunca mais desrespeitar nossos iguais e desiguais? De jamais ferir nossa família com as palavras escolhidas aleatoriamente em nossa adoecida mente?

Seria mais uma oportunidade de nunca mais fazer guerra e de matar? Seria mais uma oportunidade de tratarmos a natureza com o devido e necessário respeito? Seria mais uma oportunidade de nunca jogar lixo e plásticos inúteis ao mar para que as criaturas que vivem lá parem de se afogar no lixo que um dia para nós há de voltar?

Seria mais uma oportunidade de olharmos nossas crianças como seres frágeis das quais seremos responsabilizados no dia da vingança Divina pelos machucados que fizermos a elas, tão pequeninas?

Seria mais uma oportunidade de não vermos mais nossos jovens envolvidos com drogas ou roubo da dignidade dos seus pais? Seria mais uma oportunidade de não vermos gente matando gente depois de dirigir embriagado?

Seria mais uma oportunidade de não usar nossas jovens e adolescentes para a satisfação de um prazer doentio e bestial para os quais não haverá justificativas no dia do juízo final?

Seria mais uma oportunidade de não vermos mais jovens que nunca se viram e que por isso não teriam qualquer motivo para agredirem-se mutuamente?

Seria uma excelente oportunidade de não deixarmos mais nosso semelhante morrerem de fome por causa de nossa indiferença?

Depois de tudo que fizemos no ano que se foi o que devemos esperar de Deus a partir do primeiro minuto do ano que chegou?
1 - "E, vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor." (Mateus 9 : 36)

"As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim;" (Lamentações 3 : 22)