domingo, 30 de maio de 2010

HOJE ELA PARTIU...


Jailson Freire

Era um tempo difícil. Mesmo assim haveria de se sentir saudades?

Apesar de difícil, era o tempo de sonhar. Sonhar com um futuro que começava a se revelar como se uma cortina se abrisse diante de seus olhos juvenis...

A sua história começava a fazer sentido. Seus sonhos e desejos pareciam que se realizariam e as perspectivas eram tantas que o coração parecia saltar ansioso para que todas as promessas pudessem ser realizadas ao mesmo tempo.

Um casamento ingênuo, um conto de fadas que logo se revelaria nojento. Uma decisão de fechar seus olhinhos para o lamento e seguir firme a fim de que uma missão já instalada pudesse agora ser realizada ainda a tempo de ser feliz.

A canção que fazia o pano de fundo; a trilha sonora de sua vida logo deixou de ser suave e tocada por um delicioso piano para se transformar numa marcha quase fúnebre tocada desorganizadamente por uma orquestra que parecia torcer para que o final dessa história fosse o mesmo de um filme de horror de segunda categoria; mas ela sabia...

Ela sabia que uma guerreira não podia se acovardar. Ela sabia que chegaria um dia lá... Ela sabia que ao fim da missão sentimento que surgiria em seu peito era a de uma missão cumprida.

Foram dezesseis filhos e tantos netos que sabiam que não poderia haver outro porto que fosse tão seguro quanto o de seu colo de mãe e avó; ela sabia.

Ela sabia que seu exemplo de fé era o maior bem a deixar como herança para os que desejassem herdar.

Ela sabia que a terra prometida era promessa feita e que seria cumprida.

Ela assinou em baixo. Ela jamais negou o fato. Parecia já ter feito uma viagem antes de reconhecimento à cidade onde nunca haverá lamentos; a cidade é linda, descrevia ela...

Deixou uma canção para servir de trilha sonora para o final da bela história de amor que viveu com seu salvador e que findava aqui para começar logo ali... Ela cantava:

“Ainda bem que eu vou morar no céu...”.

Hoje ela partiu...

UMA HOMENAGEM A QUEM INFLUENCIOU NA FÉ QUE TENHO NO MEU SENHOR

Até logo vovó...

domingo, 23 de maio de 2010

MESMO DEPOIS DE TUDO


Jailson Freire

Não entendo... Não compreendo... Não sei por quê? Mas fato é que mesmo não entendendo as razões, é possível enxergar a perfeita condução para uma cidade diferente.
É visível que o caminho é muito apertado e íngreme. Para caminhar nesse caminho é necessário o uso contínuo das sandálias especiais.

A caminhada é sempre tão dura que custamos a acreditar que não se trata de uma simples jornada; é uma árdua batalha diária.
São muitas as armadilhas à espreita. São laços e mais laços colocados para que a jornada seja atrasada. São muitos atalhos que nos levam ao perigo da morte eterna.

Durante a caminhada, podemos passar por vários caminhos à beira de precipícios pedregosos. Não será novidade deparamos com feras sedentas por nosso sangue e alma. Somos presas prontas para sermos devorados não fosse o auxílio enviado.

Constantemente adulados para que mudemos a direção; não poucas as vezes desviamos a rota para a cidade da da perdição. Não muito depois, queremos justificar o cansaço que podia ser aliviado no refrigério do Príncipe da paz.

Cantamos vitória antes do tempo só porque recebemos alguns momentos de contentamento. Achamos que chegamos à cidade só porque uma tempestade fora desviada para outra cidade.

Teimamos em seguir o mapa que traçamos num momento de delírio egocêntrico, para depois ter que voltar com o coração pesado e cheio de lamento ao caminho indicado pelo Mestre no início da caminhada.

Achamos melhor caminhar pela calçada, quando a orientação nos mandava seguir pela estrada ainda que muito esburacada.

Mesmo depois de tudo, Ele sempre esteve conosco. Mesmo depois de tudo Ele nos livrou de muitos desgostos... Até que cheguemos à Cidade da Paz; a cidade do “Eu Nunca Vou Morrer”.

Levate! Venha! Vamos continuar a jornada.

"Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono." (Apocalipse 3 : 21)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

GAME OVER – FIM DE JOGO


Jailson Freire

Pode até fazer muito tempo o dia em que foi apertado o botão “Start” Para que fosse iniciado o mais impressionante "jogo": O "jogo" da sua existência.

Não havia até então, nenhuma noção do que teria que enfrentar em cada fase desse "jogo", a final, jogo é jogo e nunca se sabe até aonde isso pode chegar.
Não sabia que durante a longa partida tivesse que "jogar" com os personagens que não queria "jogar", mas isso não é um treinamento; é necessário "jogar" e "jogar" pra valer, mesmo que o inimigo não seja uma escolha sua.

Nesse "jogo" é óbvio que haverá sempre algumas chances de se recuperar e continuar jogando, mas mesmo assim as lesões são inevitáveis e elas poderão levar você à desistência da partida pelo desânimo. Todavia, nesse "jogo", não haverá como desistir, pois essa decisão nunca caberá a nós.

Sendo assim, se é para "jogar", então que as oportunidades de no decorrer desse jogo, as estratégias possam ser mudadas. Nesse caso, melhor será ler o tutorial que ensina os “macetes” menos lógicos, mas eficazes na obtenção da vitória de cada partida.

É uma questão de escolha ler ou não o tutorial, mas é certo que uma vitória só virá se consultamos esse manual.

As derrotas servem para alimentação do banco de dados para que a próxima fase seja coroada de vitória, mas ninguém gosta de perder. Ninguém gosta de ter que começar a mesmas jogadas várias vezes, mas no final é isso que quase sempre se faz necessário para que possamos passar de fase.

Quantas "vidas" mais terá que perder para aprender a vencer as batalhas que são impostas no decorrer? Quantas vezes terá que começar a mesma jogada até que possa finalmente saber que nunca devemos deixar de ler o manual do "jogo do existir". Não chegará vencedor quando o “jogo” terminar se o manual deixar pra lá. Será enganado pelo adversário com seus blefes intermináveis, além de em várias jogadas, tentar nos fazer de otário.

Tem que ter visão... Tem que ter conhecimento dos botões; saber para que servem... Saber suas funções. Tem que ser rápido e perspicaz. Tem que está atendo e saber como se faz. Tem que se encher de forças e de paz, pois vencer não é uma opção e nem um "tanto faz"... Tem que ser astuto e tranqüilo; tem que abandonar os seus "grilos"... Tem que enxergar além do inimigo. Tem que entender o que se esconde por trás; Tem que ansiar pelo melhor final. E o melhor Game Over é combater o bom combate, completar a última fase e nunca esquecer de que, quem o colocou nesse “jogo”; o jogo da existência, o colocou para vencer!



"Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé." (II Timóteo 4:7)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

SE O FOGO CONSOME, ENTÃO NÃO SERÁ ÚTIL


Jailson Freire

A realidade que cerca a nossas vidas parece exigir de nós mais do que realmente precisamos. Tende a requerer que tenhamos o que nem sempre será tão útil quanto imaginássemos que seria. São coisas que nos fazem até sonhar em tê-las, mas podem em pouco tempo virar pesadelo.

Se desejarmos é porque pode tornar-se tão inútil quanto sem valor no tempo da calamidade ou no momento da dor.

O valor das coisas não é determinado pela etiqueta que indica a quantidade de suor que devemos gotejar para que apenas possamos guardá-las para que outro, talvez venha usá-las.

Nenhum tesouro vale mais que uma alma. Nenhuma casa valerá mais que nosso corpo. Nenhum bem valerá mais que uma consciência impregnada de dignidade. Dignidade é, e sempre será igual à liberdade em poder elogiar a quem verdadeiramente merece o elogio que deveríamos dá.

A esperança é uma visão focada na essência de um existir verdadeiro. Futuro não consistirá em quanto se pode gastar e acumular para que cedo ou tarde, todos tenhamos que aqui deixar.

Se possuir é uma idéia comprada pela alma, então terá que vender a mesma idéia quando a lista de presença for passada. Terá que explicar o significado do verbo “dividir”, e se não puder argumentar, então da presença soberana terá que sair.

Se tiver que comprar com dinheiro então não serve... Se tiver que pagar com boleto é porque vale tanto quanto um pedacinho de queijo. Se tiver que passar o cartão, comprometido todos com isso estarão. Se o fogo consome, então não vale um grão... Se for preciso um cheque assinar, espere um pouco; ele há de compensar!

O que a alma deseja não se pode pagar. O que de fato se almeja não tem como comprar. O que será necessário quando o tempo parar de contar, só de graça a graça terá.

O que queremos não tem etiqueta. Não tem valor, pois é impagável e vermelho a sua cor... Foi nos dado gratuitamente por um Salvador.

O que desejamos vale mais que a própria vida que temos aqui. Vale mais que esse limitado existir. O que ansiamos o fogo nunca consumira, nem há de consumir, não enferruja e nunca será corroído por uma traça que uma parede, às vezes vemos subir.

O que realmente queremos, tira a nossa alma da caverna. O que todos desejamos é a vida eterna!



"E perguntou-lhe um certo príncipe, dizendo: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?" Lucas 18:18 ...

sábado, 1 de maio de 2010

NÃO É LÓGICO, ALÉM DE ESQUISITO...

Jailson Freire

Como uma conspiração bem elaborada na sala secreta e divinamente planejada para dá certo, mesmo que na dimensão terrena pareça tudo tão envolto em caos e desordem. Nem sempre o que enxergamos é o que parece ser. Nem sempre o que parece perdido, deixamos de ter.

Podem ser muitas as coisas que somamos à lista de prejuízos. Pode ser uma dor enorme. Pode ser uma perda grande e coberta de valor incalculável. Pode ser que tenha sido forçado a ficar de joelhos, todavia, é de joelhos mesmo o melhor momento para conspirar com o Deus da existência sobre o que realmente pode ter importância quando não há nada mais para ser perdido. Ou podemos escolher levantar e continuar reclamando da vida que escolhemos ter.

Pode ser a perda da confiança no que era um bom amigo de infância. Pode ser a perda involuntária da dignidade construída a custa de milagres ou do orgulho de ser gente em meio à multidão; pode ser um perdão.

Perder pode ser uma regra e ganhar uma exceção. Sorrir, um evento raro e chorar uma sinistra e constante canção.

É assim com tantos que parecem ter vindo ao existir apenas para chorar ao invés de cantar e sorrir.

É assim quando é necessário abrir mão de si para que livre o um outro possa seguir. É assim quando é preciso matar o que se é, para o que se quer possa voltar em forma de paz e fé.


Não é lógico, além de esquisito... Mas é andar na contramão do perigo... É escolher o caminho secreto que nos leva a cidade da paz com o Deus de perto. É estrada iluminada aonde não se vê o perigo, pois quem nos livra nunca está de longe. É vida certa depois que a lâmpada queimar, é o melhor lugar por entre os cascalhos que se tem para caminhar. É contraditório para um sistema que se registra em cartório, mas é a forma de se livrar do rancor e do ódio.

É caminho proposto ao ser rasgado o véu; é caminho para o céu!


"O caminho de Deus é perfeito; a palavra do SENHOR é provada; é um escudo para todos os que nele confiam." (Salmos 18 : 30)