sábado, 28 de março de 2009

UMA QUESTÃO DE ESCOLHA

Jailson Freire

Tudo vai indo muito bem, obrigado. Está tudo muito tranqüilo por aqui... Veja o mar... Parece uma piscina... Águas límpidas e calmas... Quem não gosta de flutuar em águas assim?

Olhe o céu... Não há tempestades à vista... Não há uma nuvem se quer... Um dia lindo para um vôo majestoso.

Olha o campo... É... Esse ano a colheita vai ser boa. Não aconteceu nenhum imprevisto por aqui... Isso também é muito bom... Não há pragas na plantação, não há perdas na safra.

Não... Não houve defeito algum... Tudo funciona perfeitamente bem...


Os exames? Há... Quanta alegria em saber que foi preocupação desnecessária... Nunca se esteve tão bem de saúde.

Como Deus é bom... Como Deus é maravilhoso! Tudo parece mesmo perfeito... Uma vida assim é o que dizemos ser a vida que pedimos a Deus...

E quando isso parece apenas um sonho em meio a um pesadelo? E Quando tudo toma o ruma em direção a um final patético. E quando as uvas parecem ressequidas? E quando o mel vira losna? E quando os exames apenas confirmam as suspeitas mais despóticas de um futuro mórbido?

São nesses momentos que o socorro urgente se faz necessário, mas que as dúvidas surgem. Momentos em que somos tendenciosos a sepultarmos a esperança e a fé... Momentos que até ela, a fé desaparece nos recônditos de nossa alma.

São nesses momentos que duas opções são colocadas ao nosso dispor: crer e viver, não crer e perecer. Sempre será assim: Uma questão de fé. Uma questão de escolha.




Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus? João 11:40


terça-feira, 17 de março de 2009

A MORTE DE UM COPO DE CRISTAL


Jailson Freire

A areia é processada até que um dia é transformada em um belo copo de cristal tão transparente que faz a luz do ambiente tornar-se tão límpida que chega a ofuscar a visão de quem ousa admira-lo. Um objeto majestoso e atraente. Um objeto sofisticado e caro. Um objeto de valor.

Pagamos o preço e levamos para a nossa casa com o fim de usá-lo tão somente em ocasiões especiais.
Ao terminar o seu uso, nos empenhamos ao máximo para que nenhuma mancha grude em suas límpidas paredes transparentes. Depois do banho, ele, o copo de cristal, tão somente ele, pode desfrutar da flanela comprada especialmente para lustrá-lo.

Temos um carinho muito especial àquele objeto. Custou um preço alto.

Procuramos o melhor lugar da estante, o mais protegido para guardar o nosso querido copo de cristal, pois tão logo surja um momento especial, o retiramos do repouso para mais uma celebração inesquecível.

Não é um copo qualquer. Não é um mero objeto. Não se trata de um copo que compramos na liquidação... É um maravilhoso copo de cristal e como tal deve ser tratado diante dos outros súditos objetos.

Um dia, depois de mais um dos raros momentos sofisticados de seu uso. Chega então, o momento do banho em águas morna com detergente igualmente especial e caro.

Como tudo tem seu fim na existência, o copo escorrega e cai ao chão.

O dia logo fica nublado e banhado por um vento sinistro...

Foram dias lindos vividos ao lado dele... Muitas lembranças maravilhosas de celebrações... Mas agora, o copo se foi. O copo quebrou. O copo precisa descansar em paz...

O copo pode ser substituído, pessoas não. O copo pode ser comprado novamente, pessoas são insubstituíveis. Copos de cristal podem ser encontrados em uma loja qualquer, pessoas jamais são iguais. O copo logo poderá ser esquecido, pessoas jamais serão esquecidas.

Pessoas valem mais que qualquer objeto ou coisas; seja um lindo copo de cristal, seja o carro mais caro do mundo.

Pessoas valem mais que pássaros. Pessoas já foram compradas e não estão mais à venda. O preço?

Sangue e cruz!

Mateus 10 : 31

sexta-feira, 13 de março de 2009

SÓ TENHO MEDO DE TER MEDO...


Jailson Freire

Motivos não nos faltam. O pavor sempre está à espreita pronto para fazer mais uma vítima.

O que devia ser uma exceção tornou-se regra. O que não era pra acontecer, agora é fato iminente. Isso aterrorizante. Isso nos tira o sono.

O que poderá acontecer nos próximos minutos? Que tipo de impacto podería acontecer a qualquer de nós? Em que momento? Não. Não dá para prever... Não dá para estar preparado. Ninguém jamais esteve preparado. Ninguém imagina isso; não é por falta de imaginação.

Um pai. Uma criança inocente. Uma mãe sorridente e de repente: Cadê? Cadê o sorriso da mãe? Cadê a esperança do pai? Cadê a criança?

Daí em diante o filme na tela chama-se “O pavor inacreditável”. Para alguns, estatística. Para os “outros”, tormenta.

Um filme que pode durar uma eternidade ainda que o pavor acabe em final feliz.

É assim que nos sentimos vez por outra diante da violência. O exemplo é apenas um entre tantos, mas o medo pode ter várias facetas. O sofrimento pode estar numa prateleira com diversos sabores; sabores de morte e tristeza.

Sendo assim o que no fundo desejamos é ter asas e voar pra longe dessa festa macabra e maligna... Talvez um lugar que ainda não exista, pelo menos para nós que somos turistas.

O que fazer diante disso tudo?

Quanto a mim... Só tenho medo de ter medo. Só tenho medo de que Deus não esteja comigo!


Salmo 55: 5 e 6
(Eu leria tudo)

domingo, 1 de março de 2009

VOCÊ SABE QUAL É A BOA?


Jailson Freire

Pense um instante comigo no quanto somos confrontados com tantas notícias que, na maioria das vezes, nos fazem perder o pouco da fé que ainda nos resta na humanidade.

Uma notícia aqui, outra acolá e em quase todas o que vemos em comum é lamentação e choro. O que vemos é gente sendo machucada e ferida.

Quando alguém se vai e vira notícia, é certo de que na questão está envolvida negligência, covardia, maldade, inveja, ciúmes, paixões e... Frutos da carne são de fato, frutos muito perversos.

Somos maus sim... Meninos e meninas muito malvados.

Buscamos sempre nos aperfeiçoarmos na pratica da maldade. Criamos verdadeiras máquinas de aniquilamento do nosso próximo e sempre acreditamos ingenuamente, que o mundo seria bem melhor se apenas “eu” e mais ninguém vivesse por aqui... Quanta estupidez!

Criamos e inventamos coisas que quando não são objetos do nosso desejo desenfreado e que para tê-los fazemos qualquer negócio. Coisas que muitas vezes são a causa do nosso auto-abatimento e lamento.

Esperamos com isso, que o nosso sorriso permaneça congelado mesmo que o choro seja uma paisagem morta nos rostos de nossos semelhantes. Nos sentimos “realizados” quando fazemos parte do grupo dos que possuem, ainda que um dia, o que possuímos vire lixo.

Isso tudo impressiona... Não é fácil admitir que fazemos parte de uma “raça” que tenha essas desqualificações, pelo menos para muitos de nós que ficamos como estáticos diante das notícias a respeito do que somos capazes de fazer.

Mas o que mais impressiona é saber que apesar de tudo isso, Deus ainda acredita que haja algo de bom em nós... Deus ainda aposta que muitos podem sim possuir o seu caráter. Ele apostou tudo que tinha nisso. Ele entregou o seu tesouro para que a coroa da sua criação fosse resgatada... De tudo isso, você sabe qual é a boa?

Deus ainda gosta de nós.


"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (João 3 : 16)