Os defeitos que alguém do nosso relacionamento possa ter não
nos dá o direito a reivindicar a própria perfeição.
Jailson Freire
Parece ser muito mais fácil destacar o que alguém tem de
errado ou imperfeito na construção do seu ego do que fazer sobressair as
qualidades de alguém.
Que ninguém é perfeito todos nós sabemos, mas parece que uma
amnésia conveniente nos ataca vez por outra quando tratamos da vida alheia.
Esse tipo de ataque parece nos causar uma sensação de
perfeição perante nossos pares. Uma sensação de que somos melhores que os outro
nos fazendo perder a noção de quem realmente somos.
Criticamos como se isso fosse um dardo usado para ferir e
magoar até mesmo os que afirmamos amar. Pintamos de vermelho fosforescente as
imperfeições dos amigos e inimigos simplesmente para que sintamos algum tipo de
conforto em nossa alma maculada pelo veneno do nosso próprio ser.
Basta existir para que uma etiqueta tenha sido colocada em nosso verdadeiro ser:
imperfeito! É o que somos em nossa essência. Esqueceram de contar isso a você?
Somos tão falsos como um monte de notas de sessenta reais.
Somos tão imperfeitos quanto o próprio caos que habita em nós. Somos tão inúteis
quanto um palito de dente após seu uso.
Tratamos os outros como só eles fossem o que todos nós
somos. Os rotulamos com a mesma cópia das etiquetas que foram colocadas em nós
na hora do nosso nascimento. Não enxergamos o que devíamos enxergar em nós para
que pudéssemos ver o que os outros são.
Somos todos iguais e isso por si só deveria nos constranger
a não denegrir quem quer que seja. Isso deveria nos colocar em nosso devido
lugar. Isso devia nos bastar, ao invés de nos tornar os únicos impecáveis do
pedaço.
Apesar de ser um exercício exaustivo para os músculos do nosso
caráter, elogiar ao invés de denegrir a imagem de nossos semelhantes produz paz em nosso interior, apesar do
aparente desconforto.
Destacar as qualidades do nosso semelhante ao invés de suprimi-las,
pode ajeitar a nossa própria imagem perante os nossos espectadores. Falar bem
de alguém ao invés de difamar, pode somar pontos positivos em nossa própria
história de vida.
É possível mudar nossas atitudes diante do nosso próximo,
ainda que haja um preço a ser pago, pois nem sempre seremos recompensados por
fazer a fama dos nossos semelhantes digna e boa. Haverá ocasião em que você
será tentado a destruir a imagem alheia, mas você precisa resistir a este
impulso carregado de antipatia e maldição.
Fale bem. Evite falar o que possa trazer desprezo a outros.
Prefira elogiar a fazer comparações estúpidas e sem sentido que só diminuirá a
autoestima do outro. Mesmo que seja custoso, dê a chance do outro voltar para
casa feliz. Isso fará bem a você e a alguém.
"E por que reparas tu no cisco que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?" (Mateus 7 : 3)
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