segunda-feira, 26 de novembro de 2007

SÃO APENAS COISAS


por Jailson Freire

Conversávamos sobre o PAN, eu e minha filha, e ela, eufórica com o que havia se passado, me conta detalhes de um evento que para tantos, o evento do século para a nossa cidade. Para outros tantos, apenas mais uma forma de distrair a consciência de um povo mergulhado em violência miséria e desgraça.

Ela me conta que todos em sua escola haviam sido liberados para ver passar em nossa cidade, uma “comitiva” conduzindo um dispositivo alimentado com um combustível em plena combustão que era na verdade, carregado por um dos “deuses” designado para a realização do milagre do anestesiamento coletivo.

Como todos, ela resolve ir ver o tal dispositivo milagroso e como tantos outros, sente uma ponta decepção, pois depois de tanto esforço a fim de ver a coisa, sentiu que foi um tempo que perdeu inutilmente, para ver algo inútil, conduzido por “deuses” que foram incapazes de trazer satisfação à sua alma.

Pai, que coisa mais ridícula – Disse ela com um olhar decepcionado.

Penso que nosso povo está com muita cede. Muita cede de algo que possa fazer a sua alma transcender. Uma busca incessante da sua interioridade, uma caçada sem trégua ao que realmente faça valer a pena viver por aqui.

Uma busca desenfreada ao conhecimento do seu próprio espírito. Mas ao contrário do que possa parecer, nada, coisa alguma pode levar o ser humano ao conhecimento pleno de sua existe se não aquele que por sua palavra o fez existir.

Enquanto isto, no planeta terra, vamos brincar de viver enquanto tivermos com que nos divertir.

Lá lá lá lá lá la....

- Esse brinquedo é meu!
- Não! É meu!!
- Então toma... (pá pá pá)

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