segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O JUIZ QUE LALAVA OS PÉS


Jailson Freire

A posição que ele ocupava era a de maior honraria na cidadezinha. Era um juiz. O homem que mandava e desmandava, que prendia e soltava. Implacável na busca e execução da justiça. Não deixava que alguém que cometesse algum crime ou delito ficasse impune. Aplicava a lei sem titubear. Entretanto, era excessivamente orgulhoso e prepotente, mesmo se declarando por muitas vezes um juiz cristão.

Num dia como outro qualquer, vestiu-se e como todos os dias fazia, pegou o seu carro e partiu rumo ao tribunal de justiça. Era dia de julgamento.

Um homem, um criminoso estava preste a receber a merecida justiça. Seria condenado a muitos anos de prisão e isso era dado como certo até mesmo pela defesa do homem.

Ao chegar no tribunal de justiça, o juiz começou a sentir-se mal, mesmo assim resolve que o julgamento do tal homem prosseguiria normalmente.

Como todos os dias, religiosamente, antes de entrar na sala do tribunal do jure, o juiz ajoelhava e fazia a sua oração.

O julgamento seguiu normalmente e o homem foi condenado a uma pena exemplar por ter matado uma pessoa importante naquela cidade.

O juiz, ao sair da sala, sentiu-se muito mal e alguém pegou uma cadeira a fim de que ele pudesse sentar, mas ao invés de sentar ele ajoelhou e fez uma oração silenciosa. Quando se levantou, parecia ter chorado... Pediu a alguém que trouxesse um balde com água e uma toalha...

A cena que se viu logo depois foi no mínimo inusitada...

O juiz pegou o balde contendo água que trouxeram, e numa atitude escandalosa de demonstração de humildade, chamou o preso condenado... Os soldados trouxeram-no e o condenado com muita dificuldade por estar acorrentado, caminhou em direção ao juiz. O juiz se agacha e começa a lavar os pés do preso. Todos ficam escandalizados com a atitude do magistrado. Havia muito jornalista presente que fotografaram a cena. Um escândalo havia acontecido na cidade e precisava ser registrado...

Daquele momento em diante, dois homens foram libertos: O juiz, pois apesar de ser um cristão precisava ser liberto e quebrantado de seu orgulho prepotente e religiosidade rasa.

O condenado também foi liberto, pois só depois de ter seus pés lavados é que se lembrou de que há um Deus, e comovido, chorou arrependido pelo crime que havia cometido.

João 13, 5 a 9

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