por J.Freire
texto postado em 25.11.2006
Observar aqueles dois orando foi impressionante, pois deu pra ter uma idéia de como duas cabeças pensam de forma diferente. Já dizia alguém: Duas cabeças, duas sentenças.
Bom, mas nesse caso são duas cabeças e dois sentenciados...
Um, Cheio de si mesmo... Com um peito estufado... Quase explodindo de tanto orgulho... Sentindo-se "O Cara"... E de fato parecia ser mesmo ”o Cara", o cara-de-pau...
Se achando dono do próprio nariz, chega na "cara dura" na presença de um Deus todo poderoso e começa a dizer o quanto ele é bonzinho, o bam-bam-bam... Cheio de méritos e coisa e tal... (Sujeitinho idiota esse)
Não sabia nem mesmo o porque estava ali, apenas estava... A final, tantos imbecis semelhantes a ele faziam aquilo, porque não fazer também?
Foi sentenciado a voltar para casa com a mochila mais pesada do que levou para o templo... Mais sujo do que nunca. Mais lambuzado do que pés que andaram descalços em dias de chuvas.
Bastava refazer sinceramente a "historinha" que contou para o grande "Eu Sou" e pronto. Descia lavado, perdoado, e feliz... Mas fez a opção incorreta e cheia de justificativas inócuas...
O outro, não sabia aonde colocar a cara tamanha a vergonha que sentia pelo que fizera num passado perigosamente próximo... Ou talvez distante... Quem sabe?
O peso de sua mochila era tanto que até para chegar ao topo foi difícil... Muito choro... Muita angústia... Como doia sentir aquilo... Que sentimento horroroso! Era a chance de se livrar do peso e não a desperdiçou... Bateu no peito, chorou, humilhou-se e pediu perdão...
Foi sentenciado a descer com alegria e nem percebeu que havia se esquecido da mochila pesada lá em cima...
Legal isso, não acham?
(Lc 18.9-14)
Nenhum comentário:
Postar um comentário