terça-feira, 18 de setembro de 2007

DUAS CABEÇAS, DOIS SENTENCIADOS

por J.Freire

texto postado em 25.11.2006

Observar aqueles dois orando foi impressionante, pois deu pra ter uma idéia de como duas cabeças pensam de forma diferente. Já dizia alguém: Duas cabeças, duas sentenças.

Bom, mas nesse caso são duas cabeças e dois sentenciados...

Um, Cheio de si mesmo... Com um peito estufado... Quase explodindo de tanto orgulho... Sentindo-se "O Cara"... E de fato parecia ser mesmo ”o Cara", o cara-de-pau...

Se achando dono do próprio nariz, chega na "cara dura" na presença de um Deus todo poderoso e começa a dizer o quanto ele é bonzinho, o bam-bam-bam... Cheio de méritos e coisa e tal... (Sujeitinho idiota esse)

Não sabia nem mesmo o porque estava ali, apenas estava... A final, tantos imbecis semelhantes a ele faziam aquilo, porque não fazer também?

Foi sentenciado a voltar para casa com a mochila mais pesada do que levou para o templo... Mais sujo do que nunca. Mais lambuzado do que pés que andaram descalços em dias de chuvas.

Bastava refazer sinceramente a "historinha" que contou para o grande "Eu Sou" e pronto. Descia lavado, perdoado, e feliz... Mas fez a opção incorreta e cheia de justificativas inócuas...

O outro, não sabia aonde colocar a cara tamanha a vergonha que sentia pelo que fizera num passado perigosamente próximo... Ou talvez distante... Quem sabe?

O peso de sua mochila era tanto que até para chegar ao topo foi difícil... Muito choro... Muita angústia... Como doia sentir aquilo... Que sentimento horroroso! Era a chance de se livrar do peso e não a desperdiçou... Bateu no peito, chorou, humilhou-se e pediu perdão...

Foi sentenciado a descer com alegria e nem percebeu que havia se esquecido da mochila pesada lá em cima...

Legal isso, não acham?

(Lc 18.9-14)

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