quarta-feira, 5 de setembro de 2007

O ENCONTRO

Por J. F.

Era lamentável ter que ver aquela cena, mas não tinha outro jeito. Parei para observar e não era nada agradável ver aquele homem alí, naquela situação... Era complicado não poder fazer nada para ajudá-lo, pois o peso da minha idade não permitia... Fazia tempo que ele vivia dequele jeito... Estava sempre sentado naquele mesmo lugar, esperando que alguém tivesse misericórdia dele. Sempre havia alguém mais rápido do que ele... Não sabia eu, o que poderia fazer para ajudá-lo, mas sabia que a solução do problema dele estaria ali mesmo, naquele lugar.Os anos se passavam e não foram poucas as vezes que vi o meu amigo tentar entrar naquele lugar, lugar que seria a única saída para o seu problema. Mas como já disse, nunca, jamais conseguiu.Eu tinha uma vontade enorme de ajudá-lo, mas não tinha forças nem mesmo para arriscar. Um dia, quase consegui chegar perto dele, para tentar ajudá-lo, mas foi inútil... Se não fosse aquele sujeito que cobrava para inserir os outros coitados naquele lugar... Mas o cara era mais rápido e muito forte, tinha uma alma corrúpta e sem misericórdia... E o meu amigo nunca teria grana para paga-lo... Era muito pobre... Senti dor em meu coração ao ver que durante todo aquele tempo, ele tentou, mas sempre tinha alguém que entrava a frente dele... O que mais me impressionou, foi o que aconteceu naquela manhã calorenta de sábado. Eu confesso que fiquei impressionado... O cara chegou derepente e fez o que fez. Foi impressionante... O pessoal que estava perto ficou muito assustado, mas fazer o que? Fato é fato e contra estes, não há argumentos... O que aconteceu foi verdade e tinha gente paca perto e viu. Naquele dia eu estava levando pra ele um pedaço de pão... Sempre fazia isto... Tinha muita compaixão dele, mas eu também nunca tive tantos recursos... Fazer o que? Fazia o que podia para ajudá-lo... Então, como eu ia dizendo, foi incrível o que vi... Foi algo do outro mundo... O engraçado, foi que algumas pessoas saíram correndo, de tão assustadas que estavam. Eu não. Eu fiquei. Queria ver bem de perto, pois era inacreditável... Alguns outros, mesmo assustados, não podiam correr, pois eram impedidos por limitações semelhantes a do meu amigo.Bom... O tal homem entrou. Parecia alguém muito importante, pois junto com ele entrou, uma espécie de comitiva. Os caras não eram bem vestidos não, mas tinham um olhar muito sério. O tal homem, que parecia o líder do grupo, sem mais e sem menos, olhou para o meu amigo e disse: "Queres ficar bom?"... Na hora deu uma vontade de rir... Que pergunta... Mas fiquei logo sério. Vi que ninguém ria e fiquei meio sem graça... Continuei olhando, e meu amigo disse pra ele que sim, que queria ficar bom daquele problema que o deixava manco a trinta e dois anos, mas sempre havia alguém mais rápido e mais esperto que ele... Nem te conto! De repente meu amigo começou a sentir uns trecos estranhos e quando me dei conta o meu amigo estava bonzinho da silva...Poxa! Quem era o tal homem não sei, ou melhor, eu não sabia, agora até sei, pois depois daquele dia passei a seguí-lo por onde ele andava, e vou te contar uma coisa: O que ele fez ao meu amigo, foi incrível... Parecia efeitos especiais, mas o que vi ele fazer depois... Vou te contar:Um dia...Esta história é uma crônica e é baseada em fatos reais ocorrido na cidade de Jerusalém, num lugar onde havia um tanque chamado, em hebreu, Betesda. (João: 5)Um texto de Jailson Freire

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