quarta-feira, 5 de setembro de 2007

SOBROU PÃO

por J. F.

Teve um dia, o Homem partiu para a outra banda do mar e eu mais que de pressa, aluguei um barco com um rapaz que estava na praia pescando e fui com mais um pessoal que me pediu uma carona. Seguimos a comitiva dele... Não fomos só nós, mas muita gente fez o que eu fiz... Era gente à beça, que ao chegarmos no outro lado, se uniram conosco... Todos queriam ver o que aconteceria... Era na verdade uma multidão. Eu não queria, mas perder nenhuma do que “Ele” estava pra fazer. Depois do que vi acontecer com meu amigo lá, perto daquele tanque, Ah! Não quis perder mais nenhuma... O que ele fez foi inacreditável, mas não tinha como não acreditar... O homem fazia tudo ali na nossa cara... Tinha um pessoal que nem mesmo assim acreditava... Diziam que Ele tinha espíritos da parte do mau. Fiquei pensando... Como um sujeito podia fazer tanta coisa boa, como curar o meu amigo aleijado, com espíritos da parte do mau?... Não, não podia ser... De duas uma: Ou ele era um enviado de Deus mesmo como ele afirmava ser, ou o Homem era mágico... Não... Mágico não poderia ser, pois o que ele fazia, não dava para mágico nenhum fazer... Para mim, Ele era mesmo o filho de Deus... Sei lá... O Messias... Falavam tanto que haveria de vir o tal Messias... Só um Messias poderia fazer o que eu vou contar agora... Como eu ia dizendo, Ele atravessara o mar e foi uma galera atrás deles... Do outro lado, ele subiu em um monte e chamou um cara que fazia parte da sua comitiva... Deixa eu ver se lembro do nome dele... Fe-fe-lipe! Este era o nome. Ele chamou ao tal Felipe e perguntou a ele alguma coisa... Não deu pra eu ouvir o que ele perguntou, pois, por causa da multidão, que muito agitada estava, não consegui ouvir. Tentei chegar mais perto e fui empurrando o pessoal que estava na minha frente... Com muito custo, cheguei mais perto Deles... E perguntei a um garoto que havia ouvido o que ele falou ao tal Felipe, o que ele havia falado com o Felipe... Ele me disse que o Homem havia perguntado, onde eles iam comprar pão para aquela gente toda. Poxa o Homem devia ser rico, pois era uma galera enorme que estava ali... Não sei não, mas acho que tinha mais de quatro mil pessoas... Comprar pão para aquela galera todo... Ia precisar de muita grana... De repente, Um dos caras que acompanhava Ele, da comitiva... Diz que tinha um garoto com cinco pães e dois peixinhos... Deu vontade de rir, mas logo me lembrei que tive vontade de rir, quando ele perguntou ao meu amigo se queria ficar bom e acabei pagando o maior mico. O melhor que eu tinha que fazer agora era acreditar que o Homem podia fazer alguma coisa ali... Sei lá... Tipo fazer cair pão do céu ou algo semelhante, a final Deus já havia feito isto com nossos antepassados no deserto... O que ele fez foi levantar aqueles minguados peixinhos com os pães para o céu... Na hora não vi o que ele falou olhando para o céu, nem vi pães e nem peixe cair do céu, mas sei de uma coisa: O Homem começou a tirar pães e peixes graúdos do cesto e distribuir para seus discípulos que saiu distribuindo para a galera que estava ali... Caramba! Nunca comi tanto pão e peixe na minha vida! Falei com uma mulher que estava do meu lado que nunca tinha visto coisa igual na vida e ela olha pra mim maneando a cabeça e diz que eu estava era por fora... Ela também me contou que um primo dela que trabalhava como mestre-sala em um casamento numa cidadezinha perto dali que o homem havia transformado um bocado de vasos cheio de água em vinho da melhor qualidade... Como pude perder esta? Não tinha como duvidar dela... Já era a segunda que via o homem fazer. Como ia duvidar dela? Depois que ele fez este negócio espantoso, o pessoal queria levar o Homem no colo até o palácio... Pensei comigo:... Isto não vai prestar... Como vão fazer este homem rei se já tem um rei no pedaço?... Mas o homem, não sei como, conseguiu vazar e ninguém sabe como o Homem sumiu... Mas o que aconteceu não muito tempo depois, fez o meus poucos e brancos cabelos arrepiar como nunca... Dessa vez eu é que tive vontade de correr de tanto medo...Uiii! Nem te conto... Hum... Vou contar... Derrepente...Este texto é uma crônica e é baseado em fatos reais que aconteceu na cidade de Tiberiades, do outro lado do mar da Galiléia. (Jô. 6: 1 a 17)

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